quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ibope ignora quase 2 milhões de antenas parabólicas

Antena parabólica no interior de Santa Catarina
A medição de audiência feita pelo Ibope ignora quase 20 milhões de residências que recebem o sinal das TVs via antena parabólica. O Ministério das Comunicações estima em cerca de 60 milhões os domícilios com televisor no Brasil. Ou seja, em um terço deles a cobertura é feita pelas parabólicas.
O Ibope não faz medição regular de audiência fora das grandes cidades. O PNT (Painel Nacional de Televisão), o Ibope “nacional”, mede apenas 3.500 residências, onde moram 14 mil pessoas, em dez regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Salvador, Recife e Fortaleza. Nem grandes cidades como Campinas fazem parte do PNT. Nessa amostra, as residências com parabólicas representam apenas 5%.
Um grupo de emissoras cuja cobertura depende muito das parabólicas, liderado por MTV e TV Cultura, tentou neste ano convencer o Ibope a montar um painel para medir audiência em parabólicas de todo o país. A proposta, no entanto, não avançou.
Um dos entraves foi o custo do serviço. O Ibope pediu às emissoras para investirem R$ 1 milhão apenas para a montagem da amostra, fora a assinatura mensal para receber os dados. As TVs seriam “sócias” do custo de implantação, mas o Ibope poderia vender o serviço a outros clientes, sem compensação às emissoras.
Outro entrave foi o desinteresse das grandes redes e agências de publicidade. Não seria bom negócio para elas revelar o tamanho da audiência das parabólicas, em que não veiculam propaganda regional.

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